Páginas

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

ABCC alerta que importação de camarão de outros países pode causar prejuízos


Medida pode causar transtornos aos criadores de camarãoMedida pode causar transtornos aos criadores de camarãoA Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC) está preocupada com a possibilidade de o país realizar acordo com a Argentina no que se refere à importação de camarão. Segundo o órgão, o produto trazido de outra localidade pode conter diversas doenças que afetariam a produção interna e coloca em risco os cerca de 550 produtores que atuam nas regiões próximas a Mossoró.
O diretor técnico da ABCC, Enox Maia, destaca que o principal perigo no que diz respeito à importação desse produto é a contaminação de outros animais da região.
"Essa medida traz graves perigos de contaminação por enfermidades de altíssima letalidade tanto aos camarões de cultivo, como aos estoques naturais de camarões, lagostas, caranguejos, siris e outros crustáceos objetos das pescarias artesanais e industriais, uma vez que os camarões a serem importados são portadores de agentes etiológicos, como vírus, bactérias, protozoários e parasitas que não são endêmicos em nosso país".
Ainda segundo Enox, a importação afeta a produção de camarão local, que agrega mais de 80 mil empregos diretos e indiretos.
"A entrada do produto na nossa região pode ocasionar um verdadeiro caos para os nossos produtores, que são mais de 550. A medida afeta também, em um futuro bem próximo, as indústrias de processamento, produtores de insumos e matérias-primas etc., relacionadas ao setor, bem como à comunidade pesqueira artesanal do Estado, já fragmentada e dependente cada vez mais do seguro defeso, que além de insuficientes, viciam tais cidadãos", argumentou o diretor técnico.
De acordo com informações da ABCC, as Instruções Normativas 39/1999 e 12/2011 do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) determinam que todo e qualquer produto oriundo da aquicultura e pesca extrativa, para ser importado, passe por uma Análise de Risco de Importação (ARI). Tal procedimento leva anos para ser concluído e necessita de uma comissão de especialistas nacionais e estrangeiros nomeados pelo MPA.
Recentemente a ABCC enviou documento de contestação à análise feita pelo ARI. Entre os argumentos fornecidos pela Associação, estão os riscos para a biodiversidade brasileira de crustáceos e para a socioeconomia primária das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, onde a pesca extrativa de camarão, lagosta e caranguejos, bem como a carcinicultura, constituem-se em importantes ferramentas de inclusão social e de geração de emprego, renda e oportunidades de negócios para pescadores, trabalhadores rurais, armadores de pesca e carcinicultores.

JORNAL O MOSSOROENSE

Nenhum comentário:

Postar um comentário